
A investigação da morte da menina Luna Victorique Zebatiero Carlota, de 5 anos, que caiu do 4º andar de um prédio em Chapecó, no Oeste Catarinense, concluiu que houve negligência da mãe, de 30, e do padrasto, de 21 anos, nos cuidados com a criança. O inquérito foi encerrado nesta terça (26) e os responsáveis foram indiciados por abandono de incapaz.
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O delegado Éder Matte, investigador do caso, afirmou que imagens de câmeras de segurança confirmaram que o casal deixou a menina em casa para ir ao mercado comprar alimentos. Mas contestou a versão dos dois de que demoraram apenas 20 minutos para voltar. “Apuramos que o tempo foi bem maior que isso, aproximadamente uma hora. Foram localizadas imagens no supermercado onde pode se constatar que a mãe chega às 19h27 e sai às 20h20, então só ali deu 53 minutos, fora o deslocamento de ida e volta”, detalhou Matte.
Os investigadores apuraram que o acidente teria ocorrido por volta das 20h. Ao saberem da tragédia, por uma ligação telefonia, o casal deixou o mercado sem levar nada. “Se considerar que eles ainda não haviam concluído as compras, o período de ausência seria maior ainda”, completou. Quando chegaram no endereço, a menina estava sendo levada ao hospital ainda com vida, mas em estado grave.
Uma vizinha observou pela sombra da luz projetada no edifício ao lado que Luna estava pulando no sofá, onde minutos depois caiu. O móvel teria facilitado o acidente, pois estava encostado na janela de onde a menina caiu de uma altura de 12 metros. “Entre o braço do sofá e a abertura da janela tinha uma distância de apenas 38 centímetros”, disse Matte. A causa da morte foi traumatismo craniano. “Não havia vestígios de lesões anteriores que gerassem alguma desconfiança de maus-tratos”.
A perícia feita no apartamento onde Luna morava constatou que em nenhuma das duas janelas tinha a proteção adequada. Questionados sobre a falta de proteção no apartamento, os responsáveis alegaram problemas financeiros. “Eles disseram que foi por falta de dinheiro para comprar e colocar”, completou o delegado.
Ainda de acordo com a investigação, era rotina a mãe e o padastro deixarem Luna sozinha em casa para atividades diárias. “A mãe afirmou que em alguns períodos curtos deixava a menina sozinha em casa, principalmente quando o padrasto ia levar ela ao trabalho e ao mercado. Uma das razões, era porque queria fazer as compras mais rápido e outra porque eles têm apenas uma motocicleta, então não tinha como levar ela”, afirmou. As saídas duravam em média 20 minutos, de acordo com a mãe.
Os documentos foram entregues ao Poder Judiciário de Santa Catarina e ao Ministério Público. Os responsáveis, que seguem morando em Chapecó, devem aguardar os andamentos do processo em liberdade. Os dois foram indiciados por abandono de incapaz, com pena de 4 a 12 anos de prisão. Do ND+ Chapecó