DestaqueEconomia

Integração produtiva eleva competitividade do Paraguai, Argentina e Brasil

“A rota do milho é uma realidade para o Paraguai, Argentina e Brasil porque representa a força de trabalho nos territórios produtores e o desenvolvimento em todo o trajeto no qual será feito o transporte do cereal”, afirmou o presidente do BRIPAEM, prefeito de Chapecó Luciano Buligon, durante o I Fórum Internacional Agro Sem Fronteiras, realizado nesta segunda e terça (11 e 12), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó.

O evento é realizado pelo Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul (Bripaem), pelo Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para a Região Oeste, com correalização do Sebrae/SC e da Unoesc Chapecó e com patrocínio do BRDE e a organização da Revista Setor Agro&Negócios.

Buligon relatou que o Bripaem visa a união das autoridades locais desses territórios e foi inspirada em integração semelhante a realizada na Europa. “Teremos a partir de agora o primeiro corredor de proteína vegetal, denominado de Rota do Milho, e o próximo passo consistirá na saída da produção catarinense pelo porto de Antofagasta, no norte do Chile” afirmou ao complementar que o Brasil precisa fortalecer e articular a complementariedade produtiva. “O Fórum Internacional é importante por unir representantes e promover a sensibilização das autoridades para viabilizar e acelerar esse processo”, argumentou.

O presidente do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para a Região Oeste Vincenzo Mastrogiacomo relatou que o debate sobre a importância da complementariedade produtiva entre esses três países é realizado há mais de quatro anos. “Ocorreram várias reuniões de alinhamentos estratégicos e na busca de soluções para os entraves de logística. Abordar a complementariedade reflete no desenvolvimento dessas regiões”, argumentou.

Mastrogiacomo defendeu que a criação da Frente Parlamentar de Apoio a Nova Rota do Milho, bem como a viabilidade da integração produtiva representa a manutenção de Santa Catarina como um grande produtor de proteína animal. “Atualmente o Estado produz 3,5 milhões de toneladas de milho/ano e utiliza aproximadamente 7 milhões de toneladas. Ao suprir esse déficit com o transporte do Centro Oeste brasileiro há um encarecimento da produção e redução da competitividade das empresas catarinenses, por isso a necessidade de buscar rotas alternativas” expôs. Conforme Mastrogiacomo ao buscar o grão do Mato Grosso são 2 mil quilômetros de distância, enquanto ao comprar do Paraguai seriam no máximo 400 km, conforme a região produtora.

A nova rota sugerida compreende Carlos Antonio López (município do Paraguai que passará pelo Porto 7 de Agosto, para o lado Argentino pela cidade Puerto Piray da província de Misiones e, posteriormente ao Brasil pelo município de Dionísio Cerqueira.

Para o gerente regional Oeste do Sebrae/SC Enio Albérto Parmeggiani o evento auxiliará na identificação das oportunidades de complementariedade produtiva entre as cadeias de produção de cereais e de proteína animal, naturalmente, já existentes ou que tem potencial de desenvolvimento nesses territórios.

REPRESENTATIVIDADE

A vice-governadora de Santa Catarina Daniela Reinehr reafirmou que o Estado se comprometeu em apoiar essa nova rota do milho. “Reconhecemos, salientamos e reiteramos a importância da implantação desse trajeto alternativo, porém há questões operacionais que precisam ser ajustadas ainda e empenhamos todos nossos esforços para resolvê-las. Enquanto, essas adequações são realizadas é importante promover o aperfeiçoamento da indústria periférica que absorverá essa demanda, pois a estimativa é de que 4 mil carretas passem pelo porto seco por mês. Isso resultará na geração de emprego e renda em todos os municípios da rota”, expôs.

O coordenador da Frente Parlamentar Nova Rota do Milho, deputado Marcos Vieira, defendeu a necessidade de realizar investimentos para a recuperação das rodovias catarinenses, uma vez que o setor do agronegócio é responsável por 70% das exportações do Estado e por 30% do Produto Interno Bruto (PIB). “Santa Catarina é reconhecido por sua diversidade econômica, regionalizada, pujante e consolidada. Além disso, alcançou competitividade de qualidade e preço pela dedicação das indústrias. Então, ao supor uma economia de R$ 2 por saco de milho de 50 quilos estima-se uma economia de R$ 1 bilhão por ano para o setor do agronegócio” analisou ao propor a criação da Frente Parlamentar Transfronteiriça e de incentivar a implantação de uma aduana no município de Paraíso, no Extremo Oeste catarinense.

DEPUTADO Marcos Vieira, coordenador da Frente Parlamentar Nova Rota do Milho – Foto MB Comunicação

PRODUÇÃO

O prefeito de Naranjal (região produtora de milho) Edoard Schaffrath, destacou que a produção do Paraguai é de 5,5 milhões de toneladas por ano, com consumo interno de 3,2 milhões de toneladas. “Atualmente exportamos aproximadamente 2,4 milhões de toneladas, porém podemos triplicar essa produção se recebermos incentivos do Governo e se firmarmos novos contratos com o setor privado brasileiro, principalmente, do sistema cooperativistas”, afirmou ao relatar que a região é um centro de produção com produtores estruturados, silos e cooperativas que necessitam exportar. Com a complementariedade produtiva dos três países, Schaffrath analisou que a área beneficiada do Paraguai seria de 450 mil hectares, que corresponde ao território produtivo do grão.

INVESTIMENTOS

O prefeito de Dionísio Cerqueira Thyago Gnoatto Gonçalves enfatizou a necessidade de investimento na infraestrutura da Aduana, o único porto seco do Estado, bem como na melhoria das BRs 163 e 282. “Sugerimos o processo de privatização da Aduana para que sejam feitas as adequações necessárias para atender a demanda, pois serão mais de 100 caminhões/dia que passarão pela estrutura. Além disso, precisamos ampliar o efetivo de auditores tanto da Receita Federal quanto do Ministério da Agricultura e implantar o turno noturno de atendimento”, destacou.

Gonçalves também antecipou que deve ser lançado até o fim deste mês o edital de licitação da BR 163, que compreende o trecho de Dionísio Cerqueira até São Miguel do Oeste, com previsão de R$ 210 milhões.

PROGRAMAÇÃO

No evento também foram abordados os seguintes assuntos: oportunidades de complementariedade produtiva entre Argentina, Paraguai e Brasil; harmonização tributária entre os países do Mercosul; a força do cooperativismo e sua contribuição para evolução do setor e os desafios da integração, infraestrutura, políticas de integração, logística e conexões fronteiriças.

Para promover a melhoria do ambiente de negócios ocorrerá a sessão internacional de negócios realizada pelo Sebrae/SC, nesta terça (12), às 8h, que oportunizará a integração direta de empresários dos mais diversos segmentos, possibilitando a ampliação da rede de contato seja clientes, fornecedores ou parceiros. Também acontece a reunião extraordinária do Bripaem. (Informações MB Comunicação).

Artigos relacionados

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios