
Seis trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em fazendas localizadas nos municípios de Novo Repartimento e São Geraldo do Araguaia, no sudeste paraense, durante a realização de duas forças-tarefas simultâneas na região. Um deles estaria no local de resgate há 8 anos.
Clique aqui e receba notícias de Chapecó e Região, do Brasil e do mundo pelo WhatsApp
A ação do Grupo Móvel Regional de Fiscalização do Trabalho Escravo, coordenado pelo Ministério Público do Trabalho no Pará e Amapá (MPT) ocorreu entre 5 e 11 de dezembro e também inspecionou propriedades nos municípios de Curionópolis, Nova Ipixuna e zona rural de Marabá.
A ação foi divulgada nesta segunda (20). O nome dos empregadores não foi revelado.
Durante a operação, as equipes constataram diversas irregularidades, dentre elas estavam as péssimas condições de higiene e conforto dos alojamentos. Na fazenda localizada em Novo Repartimento, foram encontrados cinco trabalhadores que atuavam na extração de madeira.
De acordo com o MPT, em Novo Repartimento, eles moravam em um barraco coberto com lona, sem paredes e com chão de terra batida, no meio da mata fechada, sujeitos a intempéries e a ataques de animais.
Os trabalhadores dormiam em redes e os pertences, como roupas, mochilas e objetos pessoais, ficavam pendurados em varais improvisados.
Ainda segundo os agentes do órgão, não havia instalações sanitárias, fato que obrigava o grupo a fazer as necessidades fisiológicas no mato.
Os alimentos eram guardados em uma prateleira feita com galhos de árvores e preparados em um fogareiro a lenha.
A água consumida era retirada de um pequeno córrego, mesmo local utilizado para o banho, sem qualquer comprovação de potabilidade.
Em razão da situação degradante de trabalho a que foram submetidos, os trabalhadores foram retirados do local, tiveram seus vínculos de trabalho reconhecidos pelo empregador e receberam integralmente as verbas rescisórias.
Além disso, foi celebrado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que prevê o pagamento de indenização por dano moral individual a cada um deles, além de R$200 mil de indenização por danos morais coletivos.
Em uma outra propriedade da região, localizada em São Geraldo do Araguaia, a equipe de fiscais resgatou mais um trabalhador em situação degradante de trabalho.
O homem de 59 anos vivia há oito em um quartinho de madeira, repleto de frestas que permitiam a entrada de animais peçonhentos e até mesmo morcegos. Do G1