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A força feminina no agronegócio

Um espaço aberto para discussões que incentivam a mulher a fazer a diferença no agro como aceleradora das transformações pelas quais passa o mundo. Essa é a missão do 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio que aconteceu nesta semana, em São Paulo (SP). O evento reuniu aproximadamente 2 mil mulheres de todo o País para troca de ideias e experiências. Santa Catarina esteve representada pela Comissão de Mulheres do Agro Catarinense que participaram por meio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

Estiveram presentes Marinês Zolet Rigo, de Concórdia; Paloma Laís Pegoraro, de Campos Novos; Juliane Silvestri Beltrame, de Campo Erê; Fabiana Michels Schmoeller, de Braço do Norte; e a coordenadora da Comissão Mulheres do Agro Catarinense Nayana Setubal Bittencourt, representando o Senar/SC.

O congresso contou com importantes nomes do agronegócio brasileiro que debateram sobre as oportunidades e os desafios enfrentados diariamente pelas mulheres que atuam no setor. A agenda englobou temas como governança nacional e global, governança das empreendedoras do agro e governança do cooperativismo. O evento também teve uma tarde dedicada a entender a realidade de cada cultura, promovendo a discussão e a troca de experiências entre os participantes. Foram realizados painéis voltados à cultura do algodão, do café, das carnes, dos grãos, do leite, da floresta, da horticultura e do setor sucroenergético.

De acordo com Nayana, o evento ofereceu informação sobre o mercado nacional e mundial, destacando as oportunidades de negócio e dando voz às mulheres. “A presença feminina no meio rural tem sido cada vez mais constante e fundamental. O Sistema Faesc/Senar e Sindicatos dos Produtores Rurais incentivam o protagonismo das mulheres. Participar do evento foi importante para conhecer outras empreendedoras, trocar experiências e aprender. Foram dois dias de muito aprendizado que poderão, agora, ser multiplicados com as demais produtoras rurais do Estado e aplicados nas propriedades”.

Juliane destacou o aprendizado obtido durante o evento. “Participar do congresso foi uma experiência única. Assistimos várias palestras, aprendemos sobre tecnologia, sustentabilidade e diferentes culturas. Volto para casa com muita experiência e força de vontade de levar o que aprendi para o campo. Há dez anos comecei no agronegócio e estou surpresa em ver o potencial e a capacidade que a mulher tem no campo. A mulher trabalha, cuida dos filhos, é inovadora, usa tecnologia, tem muita sensibilidade. Fazemos o diferencial”.

Os exemplos de vida expostos no evento por meio das palestras foram enfatizados por Paloma. “Motivou muito a trabalhar mais e a incentivar mais mulheres a participarem. Faremos o possível para transmitir o máximo de conhecimento para outras mulheres. Duas palestras motivaram bastante: de uma catarinense, Cristine Maziero, de Concórdia, que contou como cresceu e se desenvolveu, mostrando que somos capazes, e de uma gaúcha, Camila Teles, que é um exemplo de mulher forte, que deixou claro que, apesar dos desafios do mercado, conseguimos nos superar e sermos eficientes em todos os setores do agro. O congresso motivou a fazer diferente e que não temos que competir, mas andar lado a lado com os homens”.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma série de ações, como a Rodada Internacional de Negócios, a Vitrine de Negócios e o Prêmio Brasil Artesanal 2019. A marca coletiva catarinense Saborense – que tem mais de 30 indústrias associadas em todo o território barriga verde – esteve presente na Vitrine de Negócios.

O presidente da Associação de Agroindústrias Alimentícias de Santa Catarina, que mantém a marca Saborense, Wolmir de Souza, avaliou a participação como uma oportunidade ímpar por poder apresentar os produtos das pequenas empresas que, de maneira coletiva, têm condições de produzir em grande escala com o mesmo padrão de qualidade e de segurança alimentar. “Havia só nós com a exposição de produtos de proteína animal. Levamos hambúrgueres, bacon e alguns frios. A intenção foi iniciar um processo de comercialização. Os produtos artesanais, mais refinados e sem grandes quantidades de conservantes que são produzidos pelas nossas indústrias associadas tiveram boa aceitação”, expôs, acrescentando que também foi apresentado o projeto da marca coletiva.

Participação dos jovens

O 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio teve uma novidade neste ano: a realização simultânea do Youth Agribusiness Movement International (YAMI), evento direcionado à nova geração do agronegócio, para jovens de 18 a 30 anos. Santa Catarina esteve representada por Carine Babick, de Itapiranga. Carine conquistou o prêmio CNA Jovem 2019 como destaque individual com Melhor Potencial de Liderança.

Participaram do YAMI cerca de 300 jovens de todos os estados brasileiros que possuem alguma posição de liderança no agro. Carine relatou que foi possível conhecer o que as empresas fazem para incentivar a participação das mulheres e dos jovens no setor e aprender mais sobre as diferentes cadeias econômicas e fontes de trabalho do agronegócio. “Estiveram presentes desde cooperativas até startups, conseguimos ouvir relatos e trocar experiências. Participar de um evento desse porte é muito importante para se atualizar”, assinalou Carine.

Protagonismo feminino

O presidente da CNA, João Martins, palestrou na mesa redonda “A voz da liderança das cadeias produtivas do Brasil”, junto com outras autoridades do setor produtivo. Ao participar do Congresso, Martins disse que é preciso que as mulheres conquistem cada vez mais espaço no setor, citou exemplos de profissionais que estão à frente dos maiores programas do Sistema CNA/Senar e afirmou que o evento é uma ótima oportunidade para a troca de experiências e conhecimento do trabalho realizado em várias regiões do País. “No Brasil, a mulher tem aumentado sua participação no setor agropecuário, mas infelizmente ainda está em desvantagem. Em cada 10 empregos no campo, apenas 20% são ocupados por mulheres. Temos que corrigir essa distorção no perfil do agro”.

Martins também apresentou dados dos projetos e programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) focados no público feminino. Desde 2017, o Programa Mulheres em Campo, criado para ampliar o protagonismo feminino na administração das empresas rurais, já capacitou 8 mil mulheres.

O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, salientou que o público feminino conquista espaço e tem voz e vez em tomadas de decisões importantes no dia a dia das empresas rurais. “Elas estão preocupadas em se capacitar e se preparar para atuar na gestão ao lado, ou não, de seus esposos. Demonstram interesse e comprometimento com a produção e vislumbram, por meio de atitudes empreendedoras, um futuro melhor”.

O presidente do Sistema FAESC/SENAR, José Zeferino Pedrozo, frisou o incentivo para a participação das mulheres. “Esse apoio acontece há alguns anos com o Programa Mulheres em Campo, que atua no desenvolvimento humano e reforça o papel das mulheres nas propriedades, estimulando-as a empreender”. Outra iniciativa do Sistema FAESC/SENAR para estimular que as mulheres do Estado participem ativamente é a Comissão de Mulheres do Agro. “Queremos que elas participem cada vez mais, pois com elas somam-se forças e, com isso, desenvolvemos ainda mais o agronegócio catarinense”, finalizou Pedrozo. (Informações MB Comunicação).

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