A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que houve irregularidades na eleição presidencial da Bolívia do dia 20 de outubro, quando Evo Morales foi eleito em primeiro turno, e recomenda que uma nova votação seja feita.
A entidade publicou um relatório preliminar sobre o pleito, vencido por Morales –ele teve 47.07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51%. Como é uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito em primeiro turno.
O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria.
Neste domingo (10), a entidade divulgou os resultados preliminares de sua investigação.
Ela diz ter identificados problemas nas seguintes etapas do processo:
- Tecnologia da eleição
- Cadeia de custódia
- Integridade das atas eleitorais
- Projeções estatísticas
Assinaturas falsas e falhas de segurança
Os componentes informáticos apresentaram falhas graves de segurança, de acordo com a OEA. A apuração preliminar foi manipulada, de acordo com a entidade, e isso afetou os resultados.
“As manipulações do sistema de informática são de tal magnitude que devem ser profundamente investigadas pelo Estado boliviano para chegar a fundo e demarcar as responsabilidades nesse caso grave”, afirmou o órgão.
A OEA também diz que há alterações e assinaturas falsificadas em atas, o que impacta a integridade da contagem.
Eles chamam a atenção para a votação na Argentina: as listas índices têm menos eleitores do que o número de votos nas atas.
“Tendo em conta as projeções estatísticas, é possível que o candidato Morales tenha ficado em primeiro lugar, e o candidato Carlos Mesa, em segundo. No entanto, é improvável que Morales tenha obtido os 10 pontos percentuais de diferença para evitar um segundo turno.”
Desde que Evo ganhou, a oposição tem ido às ruas em protestos. A polícia parou de reprimir as manifestações, e houve motins em quartéis do país. (Fonte G1).