A tensão é cada vez maior na Ásia por conta dos últimos testes militares feitos pela Coreia do Norte. Pyongyang lançou mísseis balísticos em direção à região do mar do Japão, em uma altitude menor do que a utilizada habitualmente em exercícios militares.
Clique aqui e RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS EM SEU WHATSAPP
A resposta foi imediata, pela Coreia do Sul e os Estados Unidos, que também realizaram testes na região, para mostrar que estão presentes na área.
A escalada entre as Coreias leva à clássica pergunta: qual é o risco de um confronto armado que envolva Pyongyang e Seul? Dois especialistas entrevistados pelo R7 não acreditam que uma guerra se inicie no futuro próximo.
O professor de relações internacionais da ESPM e especialista em Ásia Alexandre Uehara afirma que um conflito entre Sul e Norte não favoreceria nenhuma das duas nações, tampouco os países vizinhos.
“Não vejo a probabilidade de acontecer uma guerra agora porque, apesar das tensões ainda no nordeste asiático, não vejo que traria benefício a nenhum dos atores — nem para a Coreia do Norte nem para a Coreia do Sul, ou Japão e Rússia. Já existe muito estresse em âmbito internacional”, lembra Uehara.
“Neste momento o ambiente do nordeste asiático, que envolve ali Coreia do Norte, Coreia do Sul, Rússia, Estados Unidos, Japão e Taiwan, é uma região, geopoliticamente falando, com muita volatilidade”, afirma.
O professor de relações internacionais das Facamp (Faculdades de Campinas) James Onnig diz que atualmente aquela região da Ásia vive o momento de maior tensão nos últimos sete anos. Os testes dos EUA, inclusive, são um exemplo do momento sensível na região.
“Essas respostas servem para lembrar ao governo norte-coreano que existem bases dos Estados Unidos na Coreia do Sul, já foram em maior número, mas isso, sim, elevou muito as tensões”, explica Onnig.
Para o internacionalista das Facamp, as ações do presidente Coreia do Norte, Kim Jong-un, são uma forma de estabelecer o próprio país no mapa das discussões mundiais.
“O uso [por Kim Jong-un] do sistema balístico, o sistema nuclear que ele quer construir, é voltado para a garantia do regime. É isso que ele quer fazer, usando como moeda de troca, digamos assim”. Do R7