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Recuperação econômica passa por investimento em infraestrutura

“No meu entendimento, há um ambiente propício para fazer políticas de estímulo de investimentos, especialmente em infraestrutura. É uma ideia muito consolidada na teoria econômica. Depois de depressões, grandes volumes de investimentos em infraestrutura levam a encadeamentos”, afirmou o professor da UFSC, Pablo Bittencourt. Ele participou da reunião virtual de diretoria da Federação das Indústrias (FIESC), nesta sexta-feira (19), e citou como exemplo o pacote de 1 trilhão de dólares anunciado pelos Estados Unidos, que contempla rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e tecnologia 5G. “Minha mensagem é: temos um ambiente ruim. Para se desfazer desse ambiente de contração da atividade econômica, vamos precisar de resposta agressiva”, disse.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembrou que após a pandemia, percebeu-se a necessidade de o Brasil se reindustrializar. “Estamos elaborando o Projeto Travessia, que tem quatro pilares, e um deles é o investimento em infraestrutura, seja público ou privado. O fato é que tem que haver esse investimento para termos circulação de moeda, movimentação da economia para que, assim, o país possa realmente crescer”, declarou. O Projeto Travessia consiste numa proposta para enfrentar a crise pós-coronavírus. A iniciativa, apresentada em maio pela FIESC, vai atuar em quatro frentes: reinvenção da indústria e da economia, investimento em infraestrutura, atração de capital e pacto institucional.

Em sua apresentação, o professor da UFSC destacou que o Brasil é a economia em desenvolvimento mais impactada pelo coronavírus. “O país já vinha de uma recessão econômica e estagnação produtiva. O retorno da atividade econômica tende a ser difícil”, explicou, lembrando que a economia opera em alta capacidade ociosa. “Estamos vivendo um turbilhão de mudanças e uma crise econômica completamente diferente daquelas que vivemos antes. Isso gera um nível de incerteza sobre o futuro. E essa incerteza gera contração no nível de consumo e investimentos”, completou.

Bittencourt chamou a atenção para os impactos da crise sobre o consumo e o investimento. “Há desemprego. Muitas empresas não têm para quem vender e precisam demitir. Isso diminuiu massa salarial e consumo”, explicou, salientando que no curto prazo é possível administrar, mas no longo prazo pode trazer complicações para a recuperação porque a maior parte do crescimento do PIB do Brasil é puxada pelo consumo das famílias. “Quando as pessoas reduzem o consumo, afeta o crescimento e o investimento”, afirmou.

Ainda há incerteza quanto ao processo de disseminação do vírus, que pode voltar e ter uma segunda ou terceira onda. “Passamos por um período de aprendizado dos governos e os impactos ainda não podem ser medidos com precisão. Por isso não tem como dizer com certeza o tamanho da contração do PIB. “Temos uma enorme crise de curto prazo. Incertezas no médio prazo e em relação ao vaivém da quarentena. E os governos estão agindo fortemente para combater as depressões econômicas, mas devemos ter uma guerra comercial com característica estrutural nos próximos anos”, concluiu.

Eleições: na reunião de diretoria, o cientista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, conversou com os industriais sobre as discussões em torno do adiamento das eleições municipais por conta da pandemia e sobre a possível unificação das eleições em 2022. “Na minha leitura, o cenário mais provável é o adiamento das eleições e não o cenário de associar o mandato de prefeito e vereador com mandatos estaduais e federais. “É uma medida para responder ao problema da pandemia e não uma mudança de calendário eleitoral”, explicou. Ele lembrou que há diversos projetos em tramitação no Congresso Nacional sobre mudanças nas regras eleitorais. “A tendência é que o Senado trabalhe num projeto de emenda constitucional para regular a questão das eleições em 2020. A proposta básica vai ser uma do senador Randolfe Rodrigues, que vai aglutinar essa discussão”, disse. (Assessoria de Imprensa da FIESC).

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