GeralInternacional

Matemática negra que ajudou a Nasa a chegar à Lua morre aos 101 anos

Katherine Johnson, uma das matemáticas da Nasa retratadas no filme “Estrelas além do tempo”, morreu nesta segunda (24), informou a agência espacial americana. Ela tinha 101 anos.

Katherine “foi uma heroína americana e seu legado pioneiro nunca será esquecido”, escreveu o administrador da NASA Jim Bridenstine no Twitter.

A extraordinária capacidade de Katherine para a matemática ajudou a colocar em órbita a Apolo 11, a nave que levou o homem à Lua pela primeira vez.

As grandes missões científicas são fruto do esforço combinado de grandes equipes em que todas as contribuições contam, como a de Katherine e de outras mulheres afro-americanas, cujo trabalho ficou desconhecido para o grande público durante anos, até a chegada do filme, indicado ao Oscar em 2016. No longa, ela foi interpretada por Taraji P. Henson.

Katherine foi uma das mulheres negras que formavam uma equipe no Centro de Pesquisa Langley para calcular a trajetória dos primeiros lançamentos espaciais, operações que hoje são feitas por computadores. Mas nos anos 1960 os “computadores usavam saias”, segundo suas palavras, recolhidas em vários documentos que a Nasa dedica à cientista especial em seu site na internet.

Foram seus cálculos que ajudaram a missão Apolo 11 a ter sucesso e Neil Armstrong a pisar na Lua (1969), mas também os que estabeleceram a trajetória da primeira viagem ao espaço de um americano, Alan Shepard (1961).

Quando a Nasa começou a usar computadores para a missão em que John Glenn orbitou a Terra pela primeira vez (1962), Katherine foi consultada para verificar os cálculos da máquina. “Se ela diz que são bons, então estou pronto para ir”, disse o astronauta, segundo lembrou a própria Katherine.

De fato, a Nasa reconhece em seu site que “não teria sido possível fazer essas coisas sem Katherine Johnson e seu amor pela matemática”.

Katherine foi uma menina curiosa e brilhante, nascida em 26 de agosto de 1918 em White Sulphur Springs (Virgínia, EUA), que aos dez anos já cursava o ensino médio.

Entrou para a Universidade Estadual de West Virginia onde se graduou em Matemática e Francês com honras máximas em 1937 e aceitou um trabalho como professora em uma escola pública para negros.

“Sempre estava cercada de gente que estava aprendendo coisas, eu adoro aprender. Você aprende se quiser”, afirmou.

A vida tomaria um novo rumo para Katherine quando em 1952 um parente lhe disse que havia vagas na seção de computação da ala oeste (onde trabalhavam os afro-americanos) do Laboratório Langley da Naca – a agência que antecedeu a Nasa – por isso ela e seu marido decidiram se mudar para Hampton, na Virgínia.

Mulher decidida e com habilidades de liderança, Katherine não se limitou a fazer cálculos, mas pediu para participar das reuniões com os engenheiros, algo inédito para uma mulher e afro-americana, mas finalmente o conseguiu, o que lhe abriu o caminho e fez com que ganhasse o respeito de seus colegas.

Eram os anos 1950 e havia leis de segregação racial nos EUA, mas Katherine garante que “não tinha tempo para isso”, lembrando que o pai lhe ensinou:

Você é tão boa como qualquer um nesta cidade, mas não é melhor”.

(Fonte G1).

Receba Notícias no seu WhatasApp?
Clique no link:  https://chat.whatsapp.com/IqM6dk1CKP9BPRhRZlDv3E 

 

Artigos relacionados

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios