Geral

Fórum debate medidas de prevenção à febre aftosa em Santa Catarina

O Governo de Santa Catarina reuniu em videoconferência, nesta quarta (9), lideranças, técnicos e produtores rurais para debater o papel do setor produtivo na prevenção da febre aftosa no Estado. O encontro virtual foi transmitido pelo YouTube da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina e contou com a participação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa, presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc), Luciane Surdi e do superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa), Túlio Tavares.

Convidado a palestrar sobre o reconhecimento internacional do Estado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como única área livre de febre aftosa sem vacinação no Brasil, o presidente da Faesc relembrou toda a luta catarinense pelo status desde a década de 60. Pedrozo participou de todos os processos de certificação e ressaltou a importância do setor manter o status sanitário diferenciado para continuar competitivo e viabilizar novos mercados.

Clique aqui e receba notícias de Chapecó e Região, do Brasil e do mundo pelo WhatsApp!

“É um privilégio ter passado por todas as fases e ter acompanhado desde o início essa busca que nos enche de alegria, orgulho e satisfação. Agora, temos a missão de não colocarmos em risco esse patrimônio que não foi fácil de conquistar. Para nós custou muito sacrifício, mas fizemos o nosso dever de casa e precisamos manter e aperfeiçoar o nosso status diferenciado”, grifou.

O dirigente resgatou como era feita a vacinação no Estado pelos 2.000 vacinadores da Cidasc, antes e depois da vacina se tornar obrigatória por lei – pelo Programa Agulha Oficial em 1993 – cuja abertura da campanha estadual foi feita na propriedade de Pedrozo, em Erval Velho. Também citou as conquistas de 1998 (Cidasc recebeu o certificado de área livre de febre aftosa com vacinação), 2000 (Secretaria da Agricultura declarou suspensão da vacinação e estabeleceu a prevenção de entrada de animais de outros Estados), 2006 (Mapa solicitou reconhecimento internacional da OIE ao Estado) e de 25 de maio de 2007, quando Santa Catarina foi finalmente reconhecida pela OIE em Paris. Em 2020, Santa Catarina completou 27 anos sem focos da doença e 13 de reconhecimento internacional.

“Participamos da caravana em Paris e podemos dizer que a conquista não seria possível sem a dedicação, o trabalho e a união de todos os segmentos do Estado – agroindústrias, produtores, lideranças do setor, governo e iniciativa privada. Nesta luta, houve consenso e por isso nossa missão foi vitoriosa”, sublinhou Pedrozo.

Ao destacar a importância do status diferenciado para o setor, o presidente da Faesc também salientou a necessidade de o Estado garantir maior competitividade e rentabilidade à pecuária de corte catarinense. Segundo ele, a pandemia desvalorizou os preços do boi vivo praticados em Santa Catarina e tem prejudicado os produtores.

“Até a pandemia, o melhor preço do boi era o de Santa Catarina. Na crise sanitária isso se inverteu, o que decepcionou os nossos pecuaristas. Se contamos com status sanitário diferenciado, precisamos ter preços diferenciados também. Hoje importamos quase 50% da carne bovina no Estado e notamos que nos outros Estados o boi gordo tem valorização constante, o que não está ocorrendo aqui. Esperamos que seja algo passageiro e que possamos reverter a situação pós-pandemia”.

O papel do produtor

Quando o assunto é febre aftosa, Santa Catarina se mantém como referência em saúde animal e defesa agropecuária. A Cidasc mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina, que controlam diuturnamente a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além disso, todos os bovinos e bubalinos do Estado são identificados e rastreados.

O status internacional permite o acesso aos mercados mais exigentes do mundo. Hoje, devido ao reconhecimento, as carnes suína e de frango produzidas em território catarinense são vendidas a mais de 150 países.

Neste ano, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, parte do Amazonas e do Mato Grosso retirarem a vacinação contra a febre aftosa de seus rebanhos e também aguardam o reconhecimento internacional da OIE como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. O superintendente do Mapa, Túlio Tavares, afirmou que é preciso estreitar a parceria entre os órgãos para manter o status catarinense e ampliar a certificação para outros Estados.

“O País inteiro precisa ser livre da febre aftosa, primeiro com vacinação, o que já é, depois sem vacinação. Isso fará o setor evoluir e ampliar fronteiras. Já temos qualidade, só precisamos avançar no controle. Santa Catarina já está em outro estágio, o da vigilância, da análise de risco, aliada à tecnologia para manter seu status. Para isso, o produtor precisa estar mais consciente da sua responsabilidade, comunicar o primeiro sintoma aos escritórios da Cidasc para uma resposta imediata. Essa resposta rápida, daqui para frente, será nossa avaliação”, observou.

Para a presidente da Cidasc, Luciane de Cássia Surdi, o Estado precisa estudar estratégias e discutir as mudanças para não perder a vantagem competitiva. “Esse reconhecimento nos oportunizou mercados importantíssimos para suínos e aves, além de apontar um mercado promissor para o leite, com a exportação. Precisamos mantê-lo”.

O secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa ressaltou que o trabalho de manutenção do status sanitário catarinense será ainda maior que o da conquista do certificado. “Se a gente precisa entrar no jogo, com produção e comercialização de produtos de origem rural, precisamos vestir a camisa e isso significa ter sanidade animal. Sem essa qualidade não entraremos no jogo”.

O coordenador Estadual de Vigilância para Febre Aftosa e Síndromes Vesiculares da Cidasc, Diego Rodrigues Torres Severo, citou o papel do produtor rural na prevenção da doença. “Não podemos desguarnecer nossa vigilância para não ocorrerem casos no Estado. O último foi em 1991, mas não podemos baixar a guarda, porque a propagação da febre aftosa é muito rápida. Por isso, precisamos muito do produtor rural. A gente tem plenas condições de atender toda e qualquer suspeita de notificação da doença”, informou.

A orientação aos produtores é para que comuniquem à Cidasc em qualquer suspeita da doença nas propriedades. São 135 escritórios no Estado, além de espaços mantidos em parceria com Prefeituras, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa). (MB Comunicação).

 

Artigos relacionados

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios