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Entenda por que a Rússia decidiu invadir a Ucrânia

Neste momento em que a Rússia entra em guerra com a Ucrânia muitas opiniões começam a surgir. Precisamos analisar com o distanciamento necessário a quem não está envolvido diretamente no conflito e tem relações com os dois lados: Países da OTAN e Rússia. É preciso lembrar que chegar a ação bélica revela que as negociações diplomáticas que antecedem o conflito fracassaram.

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O que leva um país a guerra é ter seus interesses contrariados seja por sentir alguma ameaça ou por ter uma política expansionista. No caso do conflito Rússia X Ucrânia é preciso não esquecer dos antecedentes da região, onde os russos têm raízes étnicas e da antiga União Soviética que tinha diversos países incorporados a essa união, inclusive a Ucrânia além de países que integravam a antiga Cortina de ferro como a Polônia, Hungria, Romênia e República Theca que formavam uma linha de defesa e separação dos países da OTAN da Rússia. Essa linha de separação vigorou por todo o período da guerra fria e terminou com o fim da União Soviética que se seguiu a queda do muro de Berlim, era um amortecedor contra possíveis ações bélicas durante a Guerra fria.

Depois do final da URSS a OTAN liderada pelos EUA buscou incorporar países que integravam a Cortina de ferro a OTAN e colocar nesses países armas voltadas para a Rússia tornando-se uma ameaça a esse país. Hoje 14 países que integravam a cortina de ferro fazem parte da OTAN. A possibilidade da Ucrânia também ingressar na Organização como manifestou seu presidente Volodor Zelinski, atendendo a convite dos EUA, França, Inglaterra, Alemanha, entre outros membros, contribuiu para agravar a situação e com certeza foi a gota d’água para o início do conflito.

Considerando o prosseguimento do conflito já podemos ver algumas situações de forma mais clara. Inicialmente prevalece a grande superioridade bélica da Rússia sobre a Ucrânia o que leva a prever em breve a conquista do país pelos russos sem que os países da OTAN utilizem suas armas em defesa da Ucrânia. Outra característica do conflito é que a Rússia pelo fato de atuar de forma isolada sob o comando de um líder firme tem a estratégia e os objetivos já definidos em relação às ações e toma suas decisões sem perda de tempo, quase de pronta resposta em tempo real, pois Putin não tem de consultar nenhum outro chefe de estado. Já as reações dos países da OTAN são lentas devido à necessidade de consultar vários países e pela posição dos EUA, principal nação da OTAN que evita o uso da força bélica temendo as consequências de suas ações, o que garante vantagem a Rússia que já decidiu utilizar suas armas.

Isso deixa a Ucrânia isolada e a mercê dos russos, sendo sua conquista pelos russos uma questão de tempo. A decisão dos países da OTAN de condenar a ação da Rússia e optar por sanções econômicas cujos efeitos não são imediatos e trazem consequências também para os demais países da OTAN, revela uma fragilidade da aliança que os russos estão sabendo aproveitar por optarem pelas ações bélicas para conquistar seus objetivos.

O fato da Rússia pertencer ao Conselho de Segurança da ONU e contar com o apoio da China fará com que as manifestações da ONU não tenham impacto para forçar a Rússia a deixar de agir, mesmo contando com a condenação na assembleia e a feita pela imprensa e pela opinião pública mundial. A opção militar da Rússia também é um recado a outros países da região para avaliarem sua posição ao aderir à OTAN e esperar obter o apoio militar dela, o que dificilmente ocorrerá, isso representa uma volta da guerra fria.

Apesar de ambas as partes (Rússia e Países da OTAN, sob a liderança dos EUA) terem armamento nuclear, o mesmo não deverá ser utilizado e a guerra ocorrerá com armas convencionais e deverá ficar limitada ao território da Ucrânia. Acredito que o Brasil por pertencer ao Conselho de Segurança da ONU deve trabalhar pelo final do conflito respeitando as posições antagônicas e buscando preservar vidas da população civil que está sendo vítima da guerra. Ressalto que diversas opiniões têm sido emitidas, mas a que representa a posição do Brasil é a do Presidente da República Jair Bolsonaro.

Esperamos que o conflito termine o mais rápido possível . Mas lições devem ser tomadas a partir do conflito. Não podemos deixar de lembrar da frase “Si vis pacem parabellum”. Se queres a paz prepara-te para a Guerra. O Brasil por possuir uma região rica como a Amazônica, que é alvo da cobiça internacional tem de estar alerta, pois guerras acontecem apesar dos esforços contrários e das palavras dos pacifistas. Na política o que prevalece são interesses que não respeitam acordos e tratados quando os interesses se conflitam. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.

Por Deputado Federal Coronel Armando
Na Câmara dos Deputados, o Coronel do Exército integra a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Do SCC10

 

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