O brasileiro parece não suportar o sucesso dos outros. Para uma grande parte da população, mesmo que de forma velada, o rico é sinônimo de alguém que fez coisas erradas ou herdou uma fortuna e, portanto, não tem méritos na riqueza. Na semana passada, após as cheias de São Paulo, uma Lamborghini de R$1,6 milhões ficou submersa, perdendo consideravelmente seu valor. Os comentários nas redes sociais após a divulgação do fato demonstram a falta de espírito de prosperidade que assola o país. Ironias, comemorações e até insultos contra o proprietário pautaram as mensagens a respeito do ocorrido. Nem o fato de saberem que o veículo estava sendo customizado por uma empresa e que depois seria leiloado com o valor sendo revertido para caridade, fez com que os recalcados deixassem de rir da desgraça alheia.
Esse público que detesta o sucesso dos outros, discursa contra as desigualdades e, seguidamente, traz dados estatísticos com a porcentagem de dinheiro pertencente aos mais ricos, comparada a grande minoria de pobres. O debate que precisamos fazer não é sobre desigualdade de renda, mas sim, sobre a eliminação da miséria e a geração de oportunidades de crescimento das camadas mais baixas, o que só pode acontecer se tivermos as “locomotivas econômicas privadas” que geram prosperidade através de seu capital produtivo. Para ter-se uma ideia de como a disparidade econômica entre a população não é problema, o Canadá é mais desigual que o Afeganistão e o Japão que a Etiópia, porém se tivéssemos que optar por uma nova residência, com certeza escolheríamos os dois países mais ricos, pela qualidade de vida que oferecem à população.
Esse discurso contra os milionários foi propagado pelo comunismo e pelo socialismo, incentivando a apropriação do capital privado pelo Estado, como forma de justiça social, o que sabemos, é uma utopia, uma vez que quanto maior a interferência dos governos, maior a propagação da miséria.
Devemos ensinar nas escolas que, conforme mais endinheirados estiverem na sociedade, mais progresso será gerado. Urge fazer o povo brasileiro entender que não é pecado e nem crime ter dinheiro, fruto de um trabalho honesto e que esse pensamento desenvolvimentista gera países ricos, onde todos lutam por um futuro de prosperidade, dependendo menos dos governos.
Que nosso espírito, enquanto nação, seja de um povo que admira os vencedores, luta por seu sucesso e decide, através da autorresponsabilidade, prosperar, pois só assim, deixaremos de ser o eterno país do futuro…
Eder Boaro é instrutor Master Mind e colunista político