
Mais um caso absurdo foi constatado em escola. Desta vez em uma escola particular, em Porto Alegre, capital gaúcha. Uma professora foi demitida e indiciada pela Polícia Civil por lesão corporal leve contra um aluno autista de 6 anos. O caso aconteceu há dois meses, mas foi divulgado depois do vazamento de um áudio obtido pela jornalista da Gaúcha ZH, Adriana Irion. No áudio, a professora fala que enfiou um pano na cara da criança.
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“Eu tinha pego antes a toalhinha de lanche dele e a lancheira, sabe o que eu fiz gurias? Eu me descontrolei de um jeito. Não aguento mais a cara daquele inferno daquele guri. Eu peguei a toalhinha dele, cada vez que ele vinha pra cima de mim cuspir, eu enfiava aquele pano na cara dele. Aí eu peguei e tapei ele com aquele pano, sabe? Enfiava o pano na cara dele. Ele se jogava no chão e dizia: ‘não me mata, profe. não me mata, profe’, narra a professora”.
Por nota, a escola informou que foi rápida e comunicou o fato aos órgãos competentes.
“Uma educadora, uma pessoa adulta, batia de frente com uma criança à época com cinco anos de idade, autista. Dessa maneira eu indiciei essa professora pelo crime de lesão corporal leve e também pelo crime previsto na Lei Brasileira de Inclusão e discriminação”, diz a delegada Andréa Mattos.
O advogado da professora diz, em nota, que a defesa examinou os autos da investigação e constatou que não foi produzida prova alguma de qualquer prática criminosa por parte da educadora.
Comportamento diferente
A mãe do menino, que prefere não ser identificada, conta que o filho estudava há dois anos na escola. No ano passado, segundo ela, as aulas de educação infantil eram tranquilas, mas nos últimos tempos, com uma nova professora na sala de aula foram ficando difíceis.
“Ele dizia: ‘Mãe, eu tô nervoso, mãe, não quero falar, mãe, fiquei com medo!’. Não podemos admitir essa sociedade que professores façam isso com filhos da gente. É uma luta que não é do meu filho, é de todos. A gente precisa que elas tenham treinamento, que elas estejam capacitadas para receber nossos filhos”, conta.
A Rede Gaúcha Pro-Autismo, que une associações que representam famílias de crianças e adolescentes com a doença, lançou uma nota de repúdio nesta semana. No documento, rejeita os seguidos episódios de violência e maus tratos sofridos por alunos e alunas com deficiência.
“Considerando isso tudo que aconteceu, dá pra se dizer que foram aquelas gotas d’água que precisavam transbordar. Agora, chega! A gente tem que se colocar, se posicionar”, diz o moderador da rede, Hugo Enio Braz. Do Oeste Mais/Com Informações do G1