
A investigação que culminou com a prisão de 25 pessoas culminou com a prisão de 25 pessoas em Santa Catarina, São Paulo, Brasília e Paraná, na manhã desta terça (5), já havia iniciado em novembro de 2017.
Durante todo esse tempo, a Polícia Federal procurava desarticular um grupo criminoso formado por contadores, advogados, empresários e servidor público cuja especialidade era fraudar declarações de tributos federais. As fraudes ocorriam por meio de compensação com créditos falsos.A cabeça da organização, segundo a PF, atuava a partir de Santa Catarina. Ao menos oito pessoas foram presas no Estado, sendo sete na Capital e uma em Indaial, no Vale do Itajaí. A reportagem do ND teve acesso exclusivo aos nomes dos presos.
Segundo a PF, todas as prisões foram preventivas, o que significa que nenhuma das pessoas foi liberada após prestar depoimento. Apenas a Justiça poderá converter a prisão.
Os valores utilizados indevidamente para compensar ou suspender tributos
federais superam a cifra de R$ 2,3 bilhões, sendo que desse total, R$ 1
bilhão se refere a falsos créditos para uso futuro.
Aproximadamente 80% desses valores já passaram por auditoria da Receita Federal. O enriquecimento ilícito da quadrilha foi estimado em R$ 700 milhões.
Servidor da RF é um dos presos
Entre os presos está o analista tributário lotado na Delegacia da Receita Federal em Florianópolis, Egídio Bonin. Ele seria o único servidor público envolvido e seria o responsável por viabilizar a fraude bilionária.
O grupo que atuava a partir de Florianópolis aliciava contribuintes na compra de créditos inexistentes e passava a falar em nome do contribuinte perante a Receita Federal.
O contribuinte deixava de pagar a Receita Federal e pagava mensalmente a organização criminosa aos valores correspondentes, com deságio de 40% a 30%. A empresa seria detentora de um crédito que não existe.
O ND identificou que a empresa responsável pelo esquema em Florianópolis é a Platinum Consultoria Empresarial Eireli, cujo sócio e um dos presos na operação é Fagner dos Santos Araújo.
Segundo a PF, o objetivo do grupo era embolsar a maior parte do valor dos tributos devidos pelo empresariado, enquanto lesava a administração tributária.
Já foram identificadas aproximadamente 3,5 mil empresas que utilizaram o artifício para compensar dívidas tributárias em aproximadamente 600 municípios brasileiros. A polícia solicitou o bloqueio de contas bancárias de pelo menos 49 pessoas físicas e jurídicas investigadas.
A maioria das pessoas presas na operação é sócia de alguma empresa envolvida com contabilidade ou assessoria administrativa. Advogados também estão entre os detidos.
Uma grande quantidade de bens também foram apreendidos na casa de um dos investigados. A apreensão ocorreu em Criciúma, no Sul de Santa Catarina. ND Mais.
Confira quem são os presos em Santa Catarina:
- Egidio Bonin: servidor da Delegacia da Receita Federal de Florianópolis.
- Fagner dos Santos Araújo: sócio da empresa Platinum Consultoria Empresarial Eireli.
- Antonio Arão Melo Rodrigues: contador em São José.
- Delmar Muller: sócio de empresa de consultoria e gestão empresarial com sede em Indaial e Brasília.
- Josiane Cardoso de Souza: sócia de um comércio no Sul do Estado.
- Juliana Hess: advogada em Santa Catarina
- Julio Cesar Hess: sócio de duas empresas de assessoria empresarial em Santa Catarina.
- Leonardo Walter – sócio de três empresas em Santa Catarina.
(Fonte ND+).